terça-feira, 7 de novembro de 2017

Esquenta a guerra Antiocidente X Euroanglolândia, por Jeff J. Brown

5/11/2017, Jeff J. Brown, The vineyard of the saker


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





O discurso histórico de Xi Jinping e o "Foda-se" gigante declarado ao capitalismo imperial no 19º Congresso do Partido Comunista da China semana passada parece ter elevado a novos altíssimos patamares o Antiocidente. Imaginem vocês, a coisa já fermenta há algum tempo. Líderes do século 21 como o revolucionário presidente Hugo Chávez e seu sucessor Nicolas Maduro na Venezuela; o presidente da Bolívia Evo Morales, supremos líderes e presidentes do Irã, o presidente russo Vladimir Putin, dentre outros, todos esses têm desempenhado magnificamente o papel de porta-estandartes do Antiocidente, seguindo as pegadas de Vladimir Lenin, Josef Stalin, Fidel Castro e Mao Tse Tung.


O mais novo membro do time Antiocidente é verdadeira tora de lenha no olho de Tio Sam, o presidente Rodrigo Duterte, porque antes dele os filipinos sempre foram os mais submissos poodles coloniais dos EUA em todo o planeta. Agora, acabou. "Roddy" adora atormentar a potência imperial e cuspir nela sem descanso.

E há muitos outros países. Dentre eles CubaEritreia, os países latino-americanos da ALBA (Aliança Bolivariana para os povos de Nossa América),Sérvia e Hungria. Outros, como Tailândia e Cambodia vão-se integrando aos poucos. Agora, Baba [爸爸 /bàba/: papai] Pequim está falando mais grosso e claro sobre defender a própria soberania. Bem nessa semana, A Força Aérea de Libertação do Povo [ing. People’s Liberation Air Force (PLAF)] executou exercício de bombardeio perto de Guam, colônia dos EUA no Pacífico. Esses movimentos e as demandas em viva voz na esfera pública seriam impensáveis há apenas um ano. Assim se vê como se movem depressa as placas tectônicas geopolíticas que vão deslizando para fora do jugo dos coturnos da Euroanglolândia.

Examinemos mais a fundo essa guerra do Antiocidente contra a Euroanglolândia, a partir de umas poucas manchetes dessa semana.

Como Tony Cartalucci e eu discutimos, o status de moeda de reserva do EUA-dólar em todo o mundo é o calcanhar de Aquiles dos EUA, com um alvo pintado bem ali. O que costumava ser comentário ocasional e política limitada para substituir o dólar por outras moedas agora já é catarata. A gigante do petróleo e socialista Venezuela já está fazendo em yuan chineses o preço de seu petróleo e de seu gás e trabalha seriamente para vendê-los com uma cesta de moedas, o que no processo vai paralisando a tirania financeira do dólar e das sanções. O Supremo Líder socialista do Irã Ali Khamenei disse com todas as letras a Vladimir Putin essa semana que os dois países devem deixar de lado 'as verdes'.

Tirando da manga da túnica a sua carta Iniciativa Cinturão Estrada ICE/BRI chinesa, o sábio líder iraniano também propôs uma conexão ferroviária de São Petersburgo, Rússia, até o porto de Chabahar no Mar Báltico no Golfo Persa. Coisa de gênio. Acho que se pode dizer com segurança que as empresas ocidentais não ganharão muito com o que há de visionário nesse negócio de projetos internacionais de infraestrutura. Seja como for, Tio Sam tem as suas prioridades, como manter 1.000 centuriões lá no criticamente estratégico Níger, no Norte da África, onde estão sendo mortos.

A grande roda Antiocidente continua a rodar, irmãos e irmãs. Ontem, o primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev repetiu o cântico "derrubemos o dólar", quando se encontrou com o presidente Xi Jinping da China. Putin e Xi também cantaram esse mantra Antiocidente na recente reunião de cúpula dos BRICS em Xiamen, China.

Há os assaltos verbais em voz alta e clara, e também há os atos. A China parece estar falando realmente sério sobre lançar seu petroyuan com lastro ouro, que competirá mano a mano com o petrodólar. Mas Baba Pequim caminha sobre linha muito fina. Se forçar a mão e andar rápido de mais, poderia talvez gerar terrível agitação no sistema financeiro mundial. Nada disso me preocupa, porque forçar a mão e correr simplesmente não é o estilo chinês.

Rússia e China prosseguem no processo de interconectar as duas economias por toda a vasta extensão da Eurásia. Depois do sucesso inicial, em pequena escala, o Urso e o Dragão estão expandindo suas trocas de moedas para o equivalente a $20 bilhões. O movimento tem a vantagem fortuita decontornar e neutralizar completamente as sanções financeiras e comerciais ilegais e inefetivas, mas vexatórias, criadas pela Euroanglolândia.

O quanto são estúpidas as sanções ilegais unilaterais do ocidente vê-se num outro desenvolvimento recente. Os bancos da Rússia estão lançando os primeiros cartões bancários e de crédito. O cartão Mir é uma parceira entre as empresas Alipay e Union Pay chinesas. Essa última, em 2014 tornou-se a maior bandeira mundial de cartões de crédito, tendo já ultrapassado Visa e MasterCard.

O gasoduto Poder da Sibéria, que ajudará a embarcar $400 bilhões em gás natural russo para a China está adiantado em relação ao cronograma. As vendas ali podem ser feitas com trocas yuan-rublos, o que também escapa completamente às desesperadas sanções financeiras e econômicas da Euroanglolândia contra a Rússia. As sanções foram como ameaçar o urso com uma vassoura. Tornaram-no mais zangado e mais capaz de encontrarmeios dos quais o ocidente jamais sequer cogitara. O futuro da cooperação sino-russa parece mais luminoso a cada dia. O primeiro-ministro Medvedev, que se reuniu cinco vezes com Xi Jinping em cinco anos, também anunciou ontem, que o comércio entre os dois gigantes asiáticos já aumentou 35% in 2017.

Uau! Que bela ideia para o ocidente capitalista. Comerciar muito, pacificamente, com benefícios para os dois lados, câmbio que não rouba um lado para dar ao outro, sem invadir, ocupar, destruir, sem extraditar e sem explorar o outro. Quem pensaria em tal coisa?

Afinal, o que o império ocidental está fazendo para melhorar o mundo, aumentar a cooperação e o comércio internacional? O que, além de coletar DNA de russos para criar uma arma química ou biológica que só mate gente de origem eslava? Os norte-americanos poderão então acrescentar mais uma arma ao seu arsenal para neoguerras inventadas: uma bioarma para genocídio, o genocídio inteligente!

Os EUA têm história longa e aterrorizante de uso de armas químicas, inclusive contra muitos dos próprios cidadãos. Nenhum outro país na história jamais usou e continua a usar mais armas químicas e biológicas que os EUA. Lembram do suposto surto de Ebola? Os militares dos EUA são proprietários da patente daqueles vírus, não por acaso. Está tudo contado, escrupulosamente pesquisado, até os detalhes mais horrendos, no livro #2 deThe China Trilogy, China Rising – Capitalist Roads, Socialist Destinations. Para nem falar do uso sabido e fartamente documentado de armas biológicas no genocídio que os EUA promoveram durante a Guerra da Coreia.

Genocídio, armas químicas e biológicas são tão norte-americanos como a mais letal torta de maçã. Não surpreendentemente, o assassinato em massa, quando promovido pelos EUA é sempre baseado em raça e classe: 99% das vítimas sempre são ou de pele escura ou/e pobres. No manual daWehrmacht mundial colonial ocidental, o racismo é listado entre os esportes radicais.

Se a Euroanglolândia pode desintegrar qualquer um que lhe parece pouco amistoso com gás neurológico tóxico e antrax eslavizados, sempre há a opção do holocausto nuclear, que é questão realmente candente (sem trocadilho) para as elites extremamente psicóticas, que são elas todas. Lembrem que no ocidente todas as opções sempre estão sobre a mesa, 24 horas/dia, sete dias/semana, dominação de pleno espectro.

Para não haver qualquer risco, Barak O-Bomb-A, o fantoche-em-chefe da hora, do estado profundo, recebeu ordens dos seus proprietários para imprimir 12 trilhões de dinheiro para "modernizar' as bombas e mísseis nucleares do império. Pensem só nos trilhões de dólares que foram descaradamente roubados, pelas indústrias norte-americanas que fornecem para os militares, e desviados para paraísos fiscais espalhados pelo mundo – em contêineres –, acondicionados em aviões militares, claro, para serem partilhados entre outros membros da mesma gangue em Washington (aqui,aqui e também no Guardian).

Ocidentais, ergam a cabeça orgulhosos e altaneiros. Disso é feita a "democracia" de vocês, a isso o capitalismo deve sua grandeza: meia dúzia de ladrões comandando esquemas Ponzi vampirescos, a favor deles mesmos, não do 'povo', esse infeliz.

Não surpreende que chineses, russos, iranianos & Co. não deem qualquer sinal de deslumbramento ante a propaganda do "Luminoso Farol Capitalista sobre a Colina do Excepcionalistão". É droga que deixou de ter efeito há muito tempo. Seja como for, chineses, russos, iranianos & Co. hoje estão muito ocupados construindo um século 21 melhor mais igual e mais justo para toda a humanidade.

Uau! Que ideia incrível! Quem pensaria em tal coisa, né-não?!

Para festejar o Antiocidente e a promessa que faz de trabalhar duro para garantir um futuro para a humanidade, sugiro uma trilha sonora das insuperáveis, rock'n roll e soul dos que dão arrepios, na voz da falecida grande Dusty Springfield. Dusty rocks. Construir uma montanha. *****

Um comentário:

Anônimo disse...

"As sanções foram como ameaçar o urso com uma vassoura".
"No manual daWehrmacht mundial colonial ocidental, o racismo é listado entre os esportes radicais".
"Barak O-Bomb-A". Kkkkk rachei aqui